O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu dois processos para investigar os gastos públicos relacionados ao Festival Contra Fome e a Pobreza, apelidado de “Janjapalooza”, realizado entre os dias 14 e 16 de novembro no Rio de Janeiro. O evento, que contou com patrocínio de diversas empresas estatais, foi alvo de questionamentos por deputados federais quanto à sua legalidade e uso de recursos públicos.
A investigação teve início após representações dos deputados Ubiratan Sanderson (PL-RS) e Gustavo Gayer (PL-GO), que solicitaram esclarecimentos sobre o uso do dinheiro público no evento realizado no Pier Mauá, como parte da programação do G20.
O festival, que recebeu patrocínio de estatais como Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Itaipu e Petrobras, gerou controvérsia em meio ao cenário de crise econômica do país. Os parlamentares questionam a compatibilidade dos gastos com os princípios da administração pública.
A primeira-dama Janja da Silva atuou como mestre de cerimônias do evento, que segundo o governo, foi inspirado em concertos internacionais históricos como o Live Aid 1985 e o Free Nelson Mandela Concert 1988. O objetivo declarado foi promover discussões sobre o combate à fome mundial.
Além das empresas estatais, o evento contou com apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia e do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Os processos abertos no TCU serão relatados pelos ministros Jorge Oliveira e Walton Alencar Rodrigues, com possibilidade de unificação por tratarem do mesmo tema.
Durante o festival, um incidente ganhou repercussão internacional quando a primeira-dama proferiu um xingamento direcionado ao empresário Elon Musk durante sua participação. O episódio gerou críticas de parlamentares, que solicitaram explicações do governo sobre a declaração.
O evento também ficou conhecido informalmente como “Janjapalooza”, apelido que causou irritação na primeira-dama durante uma das apresentações. Os processos no TCU ainda aguardam decisão, e a investigação deve apurar detalhadamente a destinação dos recursos públicos utilizados na realização do festival.