Por Walter Biancardine (*)
O analista político, aluno do professor Olavo de Carvalho e co-fundador do extinto (pelo STF) canal Terça Livre, Rodolpho Loreto, publicou hoje, 22 de janeiro, no X-Twitter: “Por mais que eu goste do Nikolas Ferreira, sinceramente acho que a ideia de reduzir a idade mínima para ser candidato à Presidência é de uma estupidez sem tamanho. Ao contrário, acho que a idade mínima deveria ser, pelo menos, uns 50 ou 60 anos.
Todo conhecimento divide-se em teórico e prático. O teórico adquire-se nos livros e nas lições acadêmicas, enquanto o prático só com a vivência e a experiência dos anos vividos. Um homem ético – algo elementar para um presidente – só é formado quando possui domínio da moral em sua prática e teoria. Antes, é um mancebo e mais nada.
Por mais conhecimento acumulado (o que é diferente de inteligência), o jovem não tem conhecimento prático. É impossível. Ainda mais num ramo tão complexo como a política.
Não à toa, Platão só aceitava em sua academia quem tivesse no mínimo cinquenta anos”, afirmou o mesmo.
O autor que ora vos escreve é, sabidamente, um dos que apostam no rapaz Nikolas e prevê, para o mesmo, um futuro grandioso na política brasileira – quiçá até mesmo ocupando o já citado cargo de Presidente da República. Entretanto, não apenas endosso a opinião do senhor Loreto como, igualmente, já escrevi sobre este mesmo tema: é um jovem brilhante, mas falta-lhe ainda a vivência, os anos da insubstituível prática, a experiência de vida – com tudo de bom e amargo que ela nos traz.
Vou além: mesmo em eventual disputa pelo senado, ainda assim consideraria uma ambição prematura – a própria definição da casa, em latim “senectus” (ancião, idoso) – a define como o local onde os mais experimentados e tarimbados homens da vida pública podem e devem ocupar. Por óbvio não é o caso brasileiro, país que prima por desvirtuar toda e qualquer convenção ou tradição existente no mundo, lá colocando verdadeiras bizarrices humanas e que apenas nos envergonham e constrangem.
Não considere o leitor que tenho exagerado, já que mesmo a idade mínima para disputar o ingresso à Magistratura e tornar-se juiz foi reduzido e hoje, no Brasil, podemos ver jovens espinhudos de vinte e poucos anos – sem nenhuma vivência, experiência, derrotas, vitórias, alegrias ou amarguras mínimas, que emprestem alguma empatia do julgador perante os julgados – decidindo os destinos de milhares de brasileiros.
Ao mesmo tempo muitos se apressam em pregar na testa de Jair Bolsonaro o rótulo de “nepotismo” – alegando que o mesmo não admite o protagonismo de ninguém além dele ou sua família, para uma futura Presidência – quando, na realidade, o ex-presidente atém-se ao óbvio: Nikolas não tem idade para tanto e conjecturar uma PEC que lá o coloque servirá apenas para conduzir, ao posto máximo, um jovem que ainda pode ser fortemente influenciado, por mais firmes que sejam seus princípios e valores.
Tudo o que tais “adoradores” do jovem Nikolas estão conseguindo é emprestar uma falsa falha de caráter a Bolsonaro e criar um novo “Bezerro de Ouro” – tal qual fizeram com Dória, Zema, Joice Hasselmann, Pablo Marçal e tantos outros que, em rodízio, satisfazem a doentia necessidade brasileira por “salvadores da pátria”. E este é um poder que tanto o jovem Nikolas quanto o experimentado Bolsonaro não possuem, pois unicamente o povo pode, por si próprio, salvar-se.
Que os histéricos idólatras se acalmem imaginando se, em seus recentes e piores momentos, o povo norte-americano houvesse considerado preterir Donald Trump por algum garboso e jovem rapaz.
Nikolas é a nossa reserva para o futuro; Bolsonaro não é eterno mas ainda tem seu segundo mandato para completar – tal como Trump. Mantenhamos o garoto sob nossos cuidados, não permitindo que forças estranhas venham a cooptá-lo.
Ainda me servindo de Rodolpho Loreto, finalizo afirmando e concordando: “A única função do jovem é envelhecer”.
Saibamos, pois, aguardar.