O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, gerou controvérsia ao afirmar que os eventos de 8 de janeiro de 2023 não configuraram tentativa de golpe de Estado. Em entrevista concedida nesta sexta-feira (7) a uma rádio paraibana, o parlamentar defendeu que as invasões aos prédios públicos em Brasília representaram apenas manifestações de insatisfação com o resultado eleitoral.
Durante a entrevista, Motta argumentou que a ausência de lideranças expressivas e do apoio das Forças Armadas descaracteriza a classificação dos atos como tentativa de golpe. O presidente da Câmara também questionou a proporcionalidade das penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal aos envolvidos nos ataques, sugerindo possível desproporcionalidade nas sanções.
A posição do parlamentar destoa dos dados apresentados em pesquisa recente do Datafolha, que indica que 30% dos brasileiros interpretam os acontecimentos como tentativa de golpe. Ainda segundo o levantamento, 65% da população caracteriza os atos como vandalismo.
Ao abordar o tema da anistia, Motta reconheceu as tensões existentes entre os Poderes e defendeu a necessidade de diálogo institucional. O presidente da Câmara sinalizou disposição para mediar conversas entre Legislativo e Judiciário, buscando um entendimento sobre o tratamento legal dos envolvidos nos atos de vandalismo.