Em meio à operação da Polícia Federal (PF) que investiga planos de assassinato contra autoridades, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defende que “pensar em matar alguém não é crime”. A declaração foi feita após a deflagração de uma operação que prendeu militares e um policial federal suspeitos de planejarem atentados contra o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A operação, batizada de “Kids Pretos”, resultou na prisão de cinco pessoas, incluindo o general da reserva Mário Fernandes, ex-integrante do governo Bolsonaro, além de outros militares de alta patente. Os mandados foram cumpridos em quatro estados, com apoio do Exército Brasileiro.
Em publicação nas redes sociais, o filho do ex-presidente argumentou que para caracterizar tentativa de crime seria necessária uma execução interrompida por fatores externos. O senador aproveitou para promover um projeto de lei de sua autoria que busca criminalizar atos preparatórios de crimes contra múltiplas pessoas.
Entre os detidos estão o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, os majores Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael Martins de Oliveira, além do policial federal Wladimir Matos Soares. As prisões foram acompanhadas de buscas e apreensões e medidas cautelares diversas em endereços ligados aos investigados.
O caso representa mais um capítulo nas investigações sobre articulações antidemocráticas envolvendo militares e pessoas próximas ao antigo governo. Até o momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro não se manifestou sobre a operação que atingiu seus ex-aliados.