Israel e Hamas fecharam um acordo histórico de cessar-fogo nesta quarta-feira (15), que prevê a libertação de 33 reféns em Gaza ao longo de seis semanas. O pacto, mediado por Estados Unidos, Catar e Egito, marca a segunda trégua desde o início do conflito em outubro de 2023.
O acordo, dividido em três fases, representa um avanço significativo nas negociações de paz no Oriente Médio. A primeira etapa prevê a libertação gradual de reféns, incluindo mulheres, crianças, idosos e civis feridos, em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos das prisões israelenses.
Entre os libertados, estarão cinco soldados israelenses, cada um sendo trocado por 50 prisioneiros palestinos, incluindo 30 condenados à prisão perpétua. Durante esta fase inicial de 42 dias, as forças israelenses se comprometerão a deixar os centros populacionais de Gaza, permitindo o retorno gradual dos palestinos às suas residências no norte do território.
O acordo também estabelece um aumento significativo na ajuda humanitária, com a entrada diária de aproximadamente 600 caminhões no enclave palestino. As fases subsequentes do acordo ainda serão negociadas durante a implementação da primeira etapa.
A segunda fase prevê a libertação dos reféns restantes, principalmente soldados homens, em troca de mais prisioneiros e da retirada completa das forças israelenses de Gaza. Já a terceira fase contempla a devolução dos corpos dos reféns em troca de um plano de reconstrução do território palestino, com duração prevista de três a cinco anos sob supervisão internacional.
O pacto, que ainda precisa ser ratificado pelo gabinete israelense, enfrenta resistência de setores da extrema direita no governo de Benjamin Netanyahu. O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, ameaça retirar seu apoio à coalizão governista.
Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, já celebrou o acordo em suas redes sociais, transformando-o em sua primeira vitória política antes mesmo de sua posse, marcada para a próxima segunda-feira. O governo atual de Joe Biden, junto com seu sucessor, teve papel decisivo nas negociações que levaram ao acordo.
O governo israelense estima que cerca de 98 pessoas ainda permaneçam em poder dos terroristas, após a libertação de 117 reféns em um acordo anterior, realizado entre novembro e dezembro de 2023. A Cruz Vermelha já foi notificada para auxiliar nas operações de resgate dos reféns.